3 de fev. de 2010




Deus usou nanotecnologia na natureza muitos milênios antes de o homem descobrir que ela existia. Pesquisadores da Universidade de Zurique se inspiraram na capacidade autolimpante da flor de lótus para desenvolver um material que nunca fica molhado: é um tecido feito de fibras de poliéster recobertas por milhões de minúsculos filamentos de silicone.

As gotas de água se mantêm como bolinhas quando repousam sobre o material e rolam quando o tecido é inclinado em apenas dois graus. Um jato de água simplesmente “reflete” no tecido sem deixar rastro. O segredo está nos nanofilamentos de silicone com 40 nanômetros de largura (um nanômetro é a milionésima parte de um metro). Os filamentos são arranjados em uma estrutura cheia de pontas que evitam que as gotas de água cheguem até as fibras de poliéster abaixo.

Segundo o pesquisador Stefan Seeger, “a água descansa sobre os nanofilamentos como um faquir senta em uma cama de pregos”. O projeto foi inspirado na resistência à água das folhas de lótus.
Materia de:Michelson Borges é jornalista,





Muito dinheiro foi gasto pelos militares para desenvolver binóculos que permitem enxergar à noite. A novidade agora são as câmeras termográficas, aparelhos que podem ser usados para detectar pontos quentes perigosos do lado oposto de portas ou em outros locais de um edifício. Os bombeiros gostaram muito da invenção, naturalmente. O aparelho funciona com base no princípio de que, quanto mais quente um objeto, mais radiação ele emite na banda infravermelha do espectro, que fica além da banda da luz visível. Um inseto que se alimenta de sementes de coníferas, o Leptoglossus occidentalis, já contava com um dispositivo semelhante ao projetado pelo ser humano. O bichinho tem uma espécie de câmera termográfica integrada ao corpo e utiliza essa capacidade de detecção de infravermelho para encontrar comida.

Usando imagens obtidas por um microscópio eletrônico, cientistas canadenses localizaram pares de receptores de infravermelho em cada segmento abdominal do inseto. Experiências de laboratório demonstraram que o animal se deixava atrair por uma fonte de radiação infravermelha.

Mas como o Leptoglossus consegue “ver” a fonte de calor? Os pesquisadores descobriram também que os pinheiros brancos do oeste e os abetos Douglas têm pinhas que se destacam fortemente quando observadas com câmeras especiais que imi
tam os sensores do inseto. Dependendo do horário de captura de imagem, as pinhas podiam apresentar temperatura até três graus mais elevada do que a dos galhos adjacentes, porque absorvem mais energia solar e possivelmente geram calor durante o desenvolvimento de sementes.

Os pesquisadores gastaram muito tempo e dinheiro para desenvolver a tecnologia de detecção da radiação infravermelha. Isso é projeto inteligente. O Leptoglossus faz isso há muito tempo e depende dessa capacidade para sobreviver. Isso também é projeto inteligente.

Manteria de:Michelson Borges é jornalista,
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